sábado, 8 de agosto de 2009

Um ABC manuscrito



"Vou criar o que me aconteceu. Só porque viver não é relatável. Viver não é vivível. Terei que criar sobre a vida. E sem mentir. Criar sim, mentir não. Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade."

Clarice Lispector.


Não serei presunçoso ao ponto de dizer que já vivi o bastante. Não! Direi apenas o necessário para me fazer entendido, e particularmente não creio que isso será um problema. Sempre gostei muito das palavras. A intimidade que tenho com elas me permite ir além de puras letras ou significados meramente convencionados. Costumo interpretá-las sem um limite pré estabelecido e tentar enxergar o seu verdadeiro sentido. Desde muito cedo me apeguei à leitura como um refúgio do caos diário. Se parar para pensar, você vê que a diferença entre um FILME e um LIVRO é que o primeiro te oferece toda a estrutura pronta e, portanto, uma ideia fechada acerca do que está sendo apresentado. Isso te traz uma ótima sensação de bem estar e um campo visual fascinante, mas não te deixa espaço para o melhor de todos nós: a imaginação. Um livro, por mais detalhado que seja, te dá a liberdade de criar suas próprias cenas. Abre tua mente e mostra o caminho para um mundo de possibilidades, onde tudo é possível. Claro que com toda a tecnologia digital se tornou muito mais prazeroso assistir a projeção de um filme do que acompanhar a monotonia de um livro. O x da questão está exatamente aí. Nossas mentes, entorpecidas pela mídia, tornam-se cada vez mais atrofiadas e não nos permitem escolher a opção da leitura.
Certa vez eu li que todo texto é aperfeiçoável ao infinito. Tomei a liberdade de substituir a palavra ''texto'' por ''conhecimento'' e desde então tenho usado isso como um tipo de lema em minha vida. O hábito de ler te proporciona, dentre outras virtudes, o conhecimento. Não há nada mais satisfatório do que ser reconhecido como alguém inteligente ou pelo menos como alguém que consegue desenvolver um diálogo sustentável. Várias vezes fui criticado por conta de uma suposta imaturidade. Confesso que na época não eram apenas ''supostas'' imaturidades e sim uma evidente imaturidade. Mas foram essas críticas, que eu antes julgava pouco importantes e hoje sei que eram construtivas, que me levaram ao ápice do pensar. Creio que todos somos dotados de pensamentos e ideias. A diferença está nos que são ESTIMULADOS a pensar e criar. É muito simples: Todos os dias passamos por determinadas situações e tudo que temos a fazer é refletir acerca do que aconteceu. Tentar analisar qual a melhor resposta para a pergunta em discussão, e se não houver pergunta nenhuma, tentar achar a melhor solução para o problema exposto. Se ainda assim não houver problema algum, pare, pense e repense simplesmente sobre o que aconteceu. É fascinante o resultado obtido após alguns minutos ou horas sentado e munido apenas de papel e caneta (ou um computador, para os mais modernos); Basta utilizar a palavra certa para o momento preciso. Coisas que a gente aprende com o decorrer do tempo a partir de uma boa linha de leitura. E volto a insistir: A monotonia NA leitura existe apenas para aqueles que não conseguem enxergar vídeos e imagens, sons e locuções atrás de um fantástico ABC manuscrito.

3 comentários:

Karolline Garcês disse...

amor, cada vez mais seus textos ficam melhores, parabéns.
Gostei muito. Sério.

beijo =)

Unknown disse...

cada dia melhor!mandou MTO bem!
escrever é a melhor válvula de escape e ler uma fonte maravilhosa!
bjoo moow!

Renato Silva disse...

Nossa muito maneiro o post brow!!! Ja sei o q te dar de presente entao...um livro xd.

Abraçao