sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Um olhar diferente!

Tudo é uma questão de oportunidade. Às vezes somos movidos por uma força que não sabemos de onde vem e acabamos por fazer a coisa certa. Está tudo ligado a oportunidades. Hoje tive a minha. Juntamente com duas amigas do colégio, tive a chance de visitar e conhecer as crianças portadoras de câncer do hospital Aldenora Belo, aqui mesmo na minha cidade. Eles são o melhor exemplo de força, determinação e perseverança. Eles se agarram a vida da maneira que lhes assiste: como a última alternativa. Enquanto nós, e faço questão de me incluir também, reclamamos de tão pouco, eles fazem a maior alegria com muito menos. Enquanto ficamos com raiva porque nas opções do que vamos almoçar amanhã não tem o que queremos, eles festejam com o que lhes é oferecido. E, finalmente, quando nos injuriamos porque não conseguimos aquele jogo do ano, aquela bicicleta da moda ou aquele celular de última geração, eu vi o sorriso estampado nos rostos daquelas crianças quando lhes propus um simples jogo de pega varetas. E é tudo uma questão de oportunidades. Quando nos deparamos com situações como estas, percebemos o quanto somos fúteis e medíocres na maioria do tempo. Percebemos que temos tudo que precisamos: uma casa pra morar, o pão de cada dia e uma saúde invejável. Não vou ser hipócrita e dizer que isso basta. Mas a questão é que o resto é supérfluo. Hoje vi que tudo na vida tem um por que. Se não der certo pra você comprar aquele tênis de marca, acredite: você não vai morrer se comprar um mais barato e esperar as condições melhorarem para uma compra mais cara. Eles não têm essa chance, esse luxo de poderem esperar. Cada segundo para muitos deles é mais precioso que ouro. Entendem? É disso que estou falando. Quando você olha uma criança após o tratamento da quimioterapia, passa um filme pela sua cabeça. Você começa a dar valor a cada detalhe que antes... Era apenas detalhe. Você começa a perceber que a vida por si só já é uma dádiva dada por Deus, um presente que nem todos têm a sorte de receber e muitos que recebem, como aquelas crianças, não têm a chance de desfrutar por muito tempo. Diante disso, ponha a mão na consciência e reveja seus atos. Será que você está realmente fazendo importante os detalhes que fazem toda a diferença? Será que você está, de fato, vivendo e não apenas existindo?
“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
(Clarice Lispector)