quinta-feira, 16 de julho de 2009

Déjà vu

Pela última vez, senti as tuas mãos acariciarem o
meu rosto com uma ternura dolorosa. Sofri com as
lágrimas que abandonavam os teus olhos. [...] Que

tinha eu feito para ter que partir assim e deixar-te

sozinha? Enquanto provava o sabor amargo da
incompreensão, o meu coração, exausto, abrandou
cruelmente. [...] Na minha ingenuidade, pensei
poder reclamar um último desejo e os meus lábios

tentaram expressar o meu amor por ti. Em vão!
[...] Num derradeiro esforço coroado de frustração,
procurei levar uma recordação agradável... [...]
O sofrimento tornou-se insuportável. O medo
ardia em mim e a dor dilacerava-me; [...] O seu
perfume adormeceu os meus sentidos e asfixiou a
minha alma. Orador maquiavélico, nem precisou de
se empenhar para me convencer a desistir: se a
esperança tinha morrido, o orgulho já estava enterrado!
[...] A dor que sentia era tão grande que até as

lágrimas me magoavam: saiam dos meus olhos com
o desespero de alguém que se atira de um prédio e
ainda tinham tempo de deixar em meu rosto o rasto
de uma lâmina afiada. [...] Em desespero, levantei os
olhos ao céu. Única testemunha da tragédia, a lua
chorava e eu conseguia ouvir o silêncio das suas lágrimas.”
(Desconhecido)

Pudera eu conseguir transmitir, através deste texto, o medo de sentir tamanho sentimento, que é a saudade, quando meu tempo, perto dos meus amigos, estiver acabado. Muitas coisas passam pela minha cabeça, inclusive a hipótese de não vê-los novamente. Muita coisa acontece em um ano. Ou melhor, muita coisa muda em um ano. Mas meu maior medo é de, por algum motivo, não haver possibilidade de mudança para todos eles. E esse texto reflete como um verdadeiro Déjà vu, pois é como se eu já soubesse tudo o que fosse sentir daqui a menos de dois meses!

='/

Um comentário:

Unknown disse...

eu não sei o que vai ser de mim..